Há cerca de 11 anos, Alison Buckholtz escreveu:
“No princípio, cientistas curiosos realizavam pesquisas acerca do céu e da terra.
No primeiro dia, esses cientistas se reuniram para constituir comunidades em torno de um interesse comum. Tais comunidades ficaram conhecidas como associações científicas. E isso era bom.
No segundo dia, outras pessoas mostraram interesse pelas descobertas dos cientistas. E isso era muito bom.
No terceiro dia, as associações publicaram seus resultados em revistas científicas. Estas revistas atingiam a audiência mais ampla possível, através de assinaturas a preços acessíveis a indivíduos e a bibliotecas. A arrecadação com as assinaturas era reinvestida no próprio conhecimento, e comunidades com foco temático definido frutificavam. O futuro parecia definitivamente muito promissor.
No quarto dia, editoras comercias adquiriram as revistas científicas.
No quinto dia, as editoras se fundiram, incorporaram os publicadores menores, e obtiveram lucros astronômicos através do aumento dos preços das assinaturas. As bibliotecas cortaram a aquisição de monografias e de periódicos nas áreas de ciências humanas e sociais para manter as assinaturas das dispendiosas revistas exigidas pelos que se dedicavam as “ciências duras”. Uma nuvem negra passou a pairar sobre a comunicação acadêmica.
No sexto dia, pesquisadores, associações científicas, bibliotecários e administradores acadêmicos começaram a discutir soluções alternativas.
No sétimo dia, foram aos seus colegas das universidades e solicitaram que os apoiassem.”
Talvez, atualmente, possamos modificar o último enunciado para: No sétimo dia, eles inventaram o acesso livre.
Fonte:
Open Access Research: The Ants and Bees Tale. Disponível em: <http://www.psicorip.org/Resumos/PerP/RIP/RIP036a0/RIP03938.pdf>.